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Precisamos falar sobre violência contra a mulher


Violência contra a mulher

Tatiane, 29 anos, advogada. Tinha tudo para ter uma vida brilhante, mas teve sua vida encerrada brutalmente, domingo dia vinte e dois de julho.


Tatiane caiu do seu apartamento do quarto andar, onde morava com o marido. Se caiu ou foi jogada? Fotos das redes sociais mostram sua vida de contos de fadas com o marido. Vídeos do dia em que morreu, mostram um filme com requintes de terror.


Tatiana foi cruelmente espancada pelo marido. Apanhou. Foi chutada. Recebeu golpes de luta. Teve os cabelos puxados. A cabeça sacudida. Tentou fugir, foi perseguida. Humilhada. Abusada. Empurrada, esganada. Torturada como nos piores filmes de suspense.


Era uma mulher linda. Inteligente. Jovem. Por que Tatiana não conseguiu sair a tempo e acabou perdendo a vida? A esperança de viver um grande amor e o medo da solidão passeiam por todos os níveis sociais. Por ricos e pobres. Feios e belos. Fazem vítimas sem preconceitos. Tatiana morava com o inimigo.



Abusadores maltratam, mas não largam o osso. Batem, depois pedem perdão. Juram que não vai mais acontecer. Dizem que amam. Postam frases apaixonadas e declarações melosas. A vítima, cansada, acredita. Quem sabe dessa vez? Mentira. Eles não mudam.


Outras surras virão. Várias. E xingamentos. Críticas. Mentiras. Humilhações. A vítima vai murchando. Deprimindo. Acreditando que não presta mesmo para nada. Que não faz nada direito. Que a culpa é dela. Que não vai encontrar ninguém melhor. Sim, eles usam isso para ameaçar. E fica. Até ser encontrada morta.


Os abusos começam aos poucos. Umas grosserias. Um sacolejo. Um xingamento. Um deboche. Um empurrão. Sempre seguidos por um pedido de desculpas. Promessas de um grande amor. Vão num crescente. Mais agressões. Mais declarações. Um ciclo do mal.


Muitas mulheres têm vergonha de pedir ajuda. Medo. Ou uma estranha esperança de que, quem sabe, agora vai dar certo. Sofrem em silêncio. Arrumam desculpas para os roxos espalhados pelo corpo. Só elas sabem dos roxos que carregam na alma.


Uma mulher morta é uma mãe sem filha. Muitas vezes, filhos sem mãe. Famílias despedaçadas sempre.


Tatiana morreu como ninguém merece morrer. Humilhada. Sofrendo. Desesperada. Quantas mais ainda precisarão passar por isso? Quantas de nós nessa lista? Quantas sem que nada seja feito?


Basta! É preciso uma atitude. Um movimento. Uma reação verdadeira. Mulheres são vida. Criam vida. Merecem continuar vivas. A gente não vai se calar. Justiça para todas nós.


Fonte: https://extra.globo.com/mulher/um-dedo-de-prosa/tatiane-nao-pulou-foi-jogada-do-quarto-andar-22950784.html


Mariana Rosa

Psicóloga Porto Alegre


Mariana Rosa da Silva (CRP 07/22953)

Psicóloga Porto Alegre

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